18 de out. de 2011

Recapitulações


Em obra mediúnica nos diz Emmanuel Os séculos parecem reviver com seus resplendores e decadências. Fornece o mundo a impressão dum campo onde as cenas se repetem constantemente. Tudo instável[1]” (grifo nosso).

Quando analisamos estas palavras, muitas vezes nos perguntamos: Recapitulações? Mas de que? Interiorizamos nossos pensamentos segmentados pelas tradições[2] da Terra, acreditando ser nossa vida atual a única. 

Nossa vida é única, porém, para que possamos nos aperfeiçoar constantemente passamos nós outros por existências nos vários planos espirituais ou planetas habitados.

Por isso a lição do benfeitor espiritual. Em suma, retrata a Lei de Ação e Reação, onde, de acordo com nossas trajetórias, iremos recapitular resplendores ou decadências.

Chama-nos o benfeitor a atenção, em virtude de nós, espíritos encarnados, estarmos constantemente reencarnando na mesma situação após séculos e até milênios, não “aproveitando” como deveríamos os processos atuais para as vidas futuras que se seguem.

Com isto, ficamos a mercê de nossas próprias direções, que ainda envoltas de paixões nos fazem recapitular situações já sentidas anteriormente, ao invés de estarmos vivendo espiritualmente, procurando o aperfeiçoamento para felicidades[3] atuais e futuras.

Estes processos de estagnação ocorrem porque “... no curso dos milênios, as criaturas humanas, em múltiplas existências, têm amado mais a glória terrena que a glória de Deus[4]”. Segundo estes ensinamentos vivemos ainda banhados nos sentimentos carnais, sem procurar atuar dentro dos princípios ditados pelos espíritos superiores.

Vidas são experiências que se aglutinam, formando páginas de realidade. Lições que compõem romances, novelas, tragédias, merecem recordadas, qual manancial de aquisição simples, para edificar outras existências na romagem terrena, que representa elevada concessão divina para o milagre transcendente da evolução[5]” (grifo nosso).

As recapitulações de anomalias são resultados de nossas construções enquanto seres na caminhada de nós mesmos. A mudança moral, que nos levará a quebra de atitudes velhas pelas novas, se faz uma importante ferramenta para que consigamos recapitulações mais estáveis no provir.


Jivago Dias Amboni


[1] Idem lição 33.
[2] Sabe-se pelas mãos da Ciência que muito das tradições e dogmas hoje existentes em nossos conceitos de religião, ou religiosidade foram sendo introduzidos artificialmente no decorrer dos processos históricos.
[3] Entendendo-se aqui as ensinadas pelos espíritos.
[4] Evangelho de João 12:43.
[5] Comunicação mediúnica relatada a Divaldo Franco no livro Subilme Expiação pelo espírito de Vitor Hugo. Introdução (Prólogo), editado pela FEB.

8 de out. de 2011

Espírito: Princípio Inteligente


Criação divina, princípio inteligente, e a base para que tudo aconteça. Das formações Planetárias, passando pela construção do corpo físico e do perispírito.

Criado por Deus, ou aquilo que os espíritos chamam de “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas[1], e o Ser que habita todo o Cosmo, seja em suas colônias espirituais ou demais planetas.

Em suma, somos nós outros[2], criaturas inteligentes que voltam a habitar corpos carnais para maiores depurações.

O livre-arbítrio esta em nossas mãos, em sua jornada evolutiva pelos reinos mineral, vegetal, animal e hominal[3] adquiriram os espíritos  consciência, e com ela, a responsabilidade de aprimorar o seu Ser, de evoluir enquanto criaturas pré-destinadas a luz.

Dos Planetas escola como a Terra, aos Umbrais, chegando aos planos mais evoluídos, o Espírito habita onde merece habitar. Alcança um determinado plano de acordo com as suas construções nas inúmeras fases de suas vidas em depuração.

Sua estagnação ou evolução irá acontecer de acordo com a vontade, que envolve este princípio inteligente, que se melhorará seguindo as leis Universais, ou continuará na matéria, passando pelas vicissitudes naturais a este nível de vibração.

Assim somos nós, Espíritos a caminho da evolução. Quanto tempo ficaremos esperando isto acontecer?


Jivago Dias Amboni


[1] Resposta dada pelos espíritos a primeira pergunta feita por Allan Kardec no Livro dos Espíritos.
[2] Almas encarnadas. Espíritos aprendizes na grande jornada da evolução.
[3] Evolução dos quarto reinos durou aproximadamente 15 milhões de Séculos. Esta informação esta em obra mediúnica de Chico Xavier e André Luiz (Evolução em Dois Mundos).

1 de out. de 2011

Corpo Somático: O Vaso Necessário para Depurar Nossas Imperfeições


Assim como o Perispírito[1] tem sua função, que é o de registrar todas as nossas ações[2] para que possamos ser individualizados, o corpo somático[3] é o vaso necessário para que o Espírito continue aprendendo, e com isso evoluindo em sua jornada.

Desde o exílio de Capela[4] os Espíritos tem habitado em corpos somáticos diferentes, que por sua vez, tem sofrido alterações a medida em que estes próprios Espíritos foram se moralizando durante o processo de reencarnação. No início, ainda carregando em seus perispíritos os registros negativos de suas últimas vidas na Constelação do Cocheiro[5], encarnaram estes rebeldes em corpos animalizados, condizentes, a época, com sua evolução vibracional.

O Homo Sapiens apresentou-se como um resultado do aperfeiçoamento psíquico do Espírito. Grandes cientistas trouxeram-nos a luz o Neanderthal, o Cro-Magnon e o Homem de Grimaldi como antecessores dos corpos atuais[6]. Todas estas descobertas científicas nos mostraram justamente que estas transformações ocorreram com o soma, vindo posteriormente o Espiritismo nos confirmar a existência de uma ligação entre a evolução espiritual com os desenvolvimentos dos corpos físicos. 

Ainda quanto a estes corpos, temos dentre outros, as teorias de Laércio[7] e posteriormente Darwin. Mais a frente, o benfeitor espiritual Emmanuel vai nos dizer que Darwin estava correto, porém, mal interpretado pelos homens. 

O mesmo benfeitor[8] nos diz que o corpo carnal em suma é fluido Cósmico condensado. Esta condensação se faz em virtude do nível de vibração existente em cada fase de evolução do espírito.

Passado este entendimento da formação do corpo carnal, temos que este processo se fez necessário em planos de provas e expiações, pois estes planos servem como escolas na conjuntura Cósmica. É aqui que todas as mazelas construídas em nossas jornadas serão paulatinamente refeitas. Por meio do corpo físico, os miasmas negativos e positivos são somatizados[9] na carne, que colocará o espírito em provação para que consiga resgatar-se a si mesmo. 

Diz-nos Haroldo Dutra Dias[10] que os corpos físicos servem como uma esponja, que absorvendo as dívidas passadas funciona como um filtro, casulo para que ali o Espírito imortal e racional tenha a chance de entrar em reflexão consigo mesmo, e cumprir o seu planejamento reencarnatório.

Seja cárcere sombrio – na limitação em que retém o Espírito déspota, que dele se vale para a expiação; seja conjunto harmônico de formas – na distinção de traços com que faculta o aproveitamento das oportunidades; seja grabato de meditação – nas constrições paralíticas em que impõe profundas reflexões morais; seja cela de alucinação – nos desvarios da mente ultrajada; seja celeiro de sabedoria – no qual se edificam os monumentos da Cultura, da Arte, do Pensamento, da Ciência, da Fé, do Amor – é sempre o santuário de recolhimento que o Excelso Criador nos concede, a fim de galgarmos os degraus da escada ascensional, desde as baixas primeiras aos esplendores espirituais que nos estão destinados. Amá-lo, preservá-lo e utilizá-lo com nobreza é a tarefa que nos cabe desempenhar incessantemente, sem cansaço, para o próprio bem[11]. (grifo nosso)

Historicamente comprovado não só pela Ciência, mas pelo Espiritismo, o corpo carnal depura-se em suas formas de acordo com a evolução espiritual. A medida que vamos evoluindo, o soma vai se aperfeiçoando, sempre respeitando os limites do Mundo a qual se encontra. Tudo esta em conexão, espírito, perispírito e corpo físico seguem a evolução, sendo os dois últimos o resultado das ações realizadas pela inteligência principal que é o espírito.

O espírito macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar, para seu uso, corpos de macaco, do mesmo modo que o fruto da árvore silvestre reproduz árvores dessa espécie, e o Espírito humano procriou corpos de homem, variantes do primeiro molde em que ele se meteu. O tronco se bifurcou: produziu um ramo, que por sua vez se tornou tronco[12].(grifo nosso)

Aquilo que os olhos da carne conseguem ver, devidamente registrados pela arqueologia, pela história, e por demais ciências humanas teve sua evolução. Tudo isso graças ao verdadeiro “corpo vivo”, o espírito, que mudou as características somáticas em virtude do seu melhoramento. Resultado de um aperfeiçoamento moral que veio buscar desde os primeiros dias de exílio na Terra, quando as lembranças do Cocheiro ainda se faziam vivas nas consciências.

Jivago Dias Amboni


[1] Pisicossoma. Tema de artigo anterior, já postado em nosso blog.
[2] Livre-arbítrio.
[3] Do Grego soma, que significa corpo vivo.
[4] Referente a evolução dos planetas.
[5] Estrela composta de dois Sóis. Capela faz parte desta Constelação.
[6] Nos referimos a éra Adâmica. Anteriores a estes a Terra viu em seu seio os Lemurianos (antiga Lemúria), suncubida em uma das transições planetárias (que ocorrem a cada 28.000 mil anos), Atlantes, e demias raças com genética diferenciada da nossa.
[7] Apresentou sua pesquisa The Natura Rerum.
[8] Benfeitor espiritual. Mentor de Chico Xavier.
[9] Somatizar é manifestar no corpo, na forma de uma doença ou um sintoma, algum conflito interno (psíquico).
[10] Importante intelectual do Espiritismo.
[11] Joanna de Ângelis, benfeitora espiritual. Fora Joana de Cusa, em uma de suas reencarnações, vindo posteriormente a ser Santa Clara de Assis.
[12]  Gênese Espírita, cap. XI, item 16.